Novas sanções contra Moraes: interlocutores do governo Lula avaliam que foi dado um passo atrás na crise entre Brasil e EUA
Tensões entre Brasil e EUA aumentam com sanções da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Além das restrições, o governo brasileiro avalia os impactos na negociação de um acordo comercial.
Uso da Lei Magnitsky pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, é visto como um retrocesso nas negociações comerciais entre Brasil e EUA.
Interlocutores do governo brasileiro afirmam que houve "um passo atrás" na crise e os desdobramentos são imprevisíveis.
A notícia gerou preocupação no governo brasileiro, que ainda não decidiu sobre uma manifestação oficial. Fontes acreditam que outras medidas podem ser anunciadas em breve.
Nesta quarta-feira, o governo americano anunciou sanções sob a Magnitsky contra Moraes, que já tinha seu visto suspenso. As sanções incluem bloqueio de bens e operações bancárias.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, sugeriu a possibilidade de punições a mais autoridades brasileiras, alertando sobre a violação de direitos humanos.
Em uma terça-feira anterior, tanto o vice-presidente Geraldo Alckmin quanto o ministro da Fazenda Fernando Haddad expressaram otimismo sobre as negociações com os EUA para um acordo que poderia isentar as exportações brasileiras de uma sobretaxa de 50%.
Haddad informou que pretende se encontrar em breve com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Um representante do governo americano também participou de uma reunião com Alckmin, discutindo convergências entre os países.
Trump parece decidido a aumentar as sanções contra membros do Judiciário brasileiro, usando as tarifas como pressão sobre o governo de Lula para agir contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, Lula já deixou claro que não aceitará que a atuação do Judiciário seja condicionada a um acordo comercial, defendendo a soberania brazileira.