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Nova siderúrgica europeia estuda produzir no Brasil com hidrogênio verde

Stegra analisa instalação de fábrica de briquetes no Brasil, visando descarbonização da produção de aço com hidrogênio verde. A parceria com a Vale e a busca por energia renovável barata podem tornar o Brasil um novo polo na indústria siderúrgica.

Stegra, a primeira siderúrgica a se instalar na Europa em 50 anos, planeja construir uma fábrica de briquetes de minério de ferro no Brasil, utilizando hidrogênio verde. Esse processo visa a produção de aço com menor pegada de carbono.

A empresa está em conversa com a Vale para diversificar soluções em descarbonização. A Stegra começará suas operações na Suécia em 2024, fornecendo aço para montadoras como Mercedes, BMW e Porsche.

Fundada em 2020, a Stegra levantou 6,5 milhões de euros em 2023, destacando-se em investimentos do setor. Sua planta na Suécia, em construção, integrará a produção de hidrogênio verde a partir de energia hidrelétrica e eólica.

Atualmente, a produção de aço convencional libera altas quantidades de CO2. Comparando processos, a emissão com hidrogênio verde é de apenas 100 quilos por tonelada de aço, em contraste com as duas toneladas do método tradicional.

No primeiro ano, a Stegra fabricará aço a partir de sucata, com planos de exportar o produto resultante com hidrogênio verde para a Europa. A diretora Luiza Orre observa que a eletricidade renovável na Europa é cara, dificultando o aço verde sem subsídios.

O Brasil, com sua abundante energia renovável e custos atrativos, é um local ideal para a nova planta, que buscará reduzir minério de ferro da Vale. Portugal e Canadá também são considerados, mas a questão dos custos de eletricidade é decisiva.

O governo brasileiro já iniciou diálogos com a Europa para transferir etapas da produção siderúrgica ao país. Siderúrgicas alemãs poderiam economizar significativamente ao realocar sua produção para locais ricos em energia renovável.

A Stegra acredita que poderá continuar seu projeto na Suécia, e a recente diminuição do entusiasmo por hidrogênio verde pode até tornar a tecnologia mais acessível no futuro.

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