Nova rota marítima conectará Brasil e Ásia em menos tempo
Nova rota marítima do Porto do Pecém promete transformar comércio exterior brasileiro, reduzindo em 30 dias o transporte de cargas entre a Ásia e o Brasil. A iniciativa deve impulsionar o volume de operações e atrair investimentos significativos para a região.
Porto do Pecém, no Ceará, inaugura uma nova rota marítima que conecta Ásia aos principais portos da China, reduzindo o tempo de navegação de 60 para 30 dias.
A iniciativa, chamada Serviço Santana, estabelece o Ceará como um novo pólo estratégico para o comércio exterior do Brasil. O prazo de entrega para produtos exportados do Ceará será diminuído em 14 dias, beneficiando especialmente produtos perecíveis como frutas e carnes.
A rota é operada pela MSC, em parceria com a APM Terminals, e inclui paradas em portos como Yantian, Ningbo, Shanghai, Qingdao, Busan e Mundra.
Após cruzar o oceano Pacífico e o Canal do Panamá, os navios chegarão ao porto de Pecém e seguirão para outros portos brasileiros como Suape, Salvador e Santos.
Antes da nova rota, as mercadorias da Ásia chegavam ao porto de Santos, com transporte posterior para o nordeste. A rota antiga continuará, mas será otimizada.
Segundo o presidente do CIPP, Max Quintino, a nova rota pode aumentar o volume operacional do porto em 10%, com uma previsão de 1.200 contêineres adicionais por semana.
Produtos importados como combustíveis, ferro e maquinário serão beneficiados. Na exportação, produtos como granito, frutas e calçados se destacarão.
Plataformas digitais como Shopee e AliExpress também se beneficiarão, com o porto se tornando a primeira parada no Brasil, reduzindo custos e prazos de entrega. A expectativa é de um aumento de 20% nas importações destinadas ao comércio eletrônico.
O anúncio da nova rota ocorre em meio a tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, consolidando seu papel estratégico na logística asiática para a América Latina.
O Polo Automotivo do Ceará se beneficiará, com a montagem de veículos elétricos chineses prevista para novembro. Um investimento de pelo menos R$ 2,5 bilhões é esperado, podendo aumentar com a nova rota.
A nova rota é vista como uma alternativa estratégica no atual cenário global. Max Quintino afirma que o “timing foi uma coincidência”, mas acredita no seu potencial de consolidação.