Nova regra de cidadania italiana frustra americanos

A Itália endureceu as regras de cidadania para descendentes de emigrantes, causando revolta nos Estados Unidos, onde reside uma grande diáspora italiana.

Anteriormente, qualquer descendente direto de cidadãos italianos desde 1861 podia obter passaporte. Contudo, sob o governo de Giorgia Meloni, a elegibilidade foi restringida a filhos e netos de cidadãos italianos. Esta mudança foi motivada por um aumento de solicitações da América Latina.

As novas regras, em vigor desde março e aprovadas como lei em 20 de setembro, geraram frustração na comunidade ítalo-americana. Marco Permunian, advogado e fundador da Italian Citizenship Assistance, destacou que muitos estão prontos para lutar contra a nova lei.

As autoridades italianas alegam que até 80 milhões de pessoas tinham direito à cidadania sob as regras anteriores, com um acúmulo de 60 mil solicitações do exterior. Meloni defendeu a medida como uma resposta ao uso de passaportes italianos por latino-americanos para ingressar nos EUA.

Legisladores americanos temem que esta mudança "alienará" ítalo-americanos que investiram tempo e recursos na solicitação de cidadania. Uma carta da Delegação Congressual Ítalo-Americana ressaltou que eles são "pontes entre nossas nações".

O número de cidadãos italianos no exterior aumentou 40% na última década. O senador italiano Marco Lisei afirmou que o governo precisava intervir devido ao "tráfico de cidadania".

A abrupta mudança irritou muitos descendentes, que sentiram que seu caminho para a cidadania foi bloqueado. A Fundação Nacional Ítalo-Americana (Niaf) e outros grupos tentaram reverter a decisão, mas conseguiram apenas algumas concessões, como manter antigos pedidos de cidadania.

Robert Allegrini, presidente da Niaf, expressou decepção com as mudanças, que tornam mais difícil a busca pela cidadania.