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Nova realidade geopolítica no Oriente Médio expõe disputa entre Israel e Turquia

Tensão crescente entre Israel e Turquia na Síria traz riscos de confronto militar. Ambos os países buscam garantir seus interesses em um novo cenário regional após a queda do regime de Bashar Assad.

Israel e Turquia são os principais beneficiários das recentes mudanças no Oriente Médio, com Tel-Aviv conseguindo enfraquecer o Irã e o Eixo da Resistência e Ancara explorando a queda do regime de Bashar Assad na Síria.

A Síria se tornou o principal campo de rivalidade entre os dois países. A Turquia apoia o presidente interino Ahmed Shaara e deseja consolidar a influência do grupo Hayat Tahrir al-Sham, enquanto Israel busca garantir a segurança das suas fronteiras e proteger a minoria drusa.

A presença militar de ambos na Síria gera temores de conflitos diretos, especialmente após bombardeios israelenses a bases sírias relacionadas à Turquia.

O especialista Rémi Daniel caracteriza a atual relação como uma das piores: “A opinião pública de ambos os países vê o outro como uma ameaça.”

A rivalidade cresceu na ausência do Irã, que perdeu influência. Sua queda foi acelerada por conflitos em múltiplas frentes, afetando também o Hezbollah.

A nova dinâmica permite à Turquia ampliar seu controle na Síria, almejando estabilizar o governo e reduzir o fluxo de refugiados sírios. Atualmente, cerca de 3,5 milhões de refugiados sírios vivem na Turquia.

Israel, por sua vez, deseja uma fronteira norte segura e está preocupado com a proteção das minorias drusas e curdas. A criação de uma zona tampão e bombardeios a alvos sírios visam esses objetivos.

Os dois países têm visões diferentes sobre o futuro da Síria: a Turquia quer um país unificado sob Shaara, enquanto Israel não confia no novo governo, considerando criar uma Síria dividida.

Recentemente, houve um diálogo entre oficiais sírios e israelenses mediado pelos EUA, sinalizando uma possível cooperação para evitar conflitos.

Apesar de tensões, como a retórica anti-Israel, Turquia e Israel mantêm relações diplomáticas e buscam a mediação dos EUA para gerenciar seus desafios mútuos.

Embora as perspectivas de um confronto bélico sejam baixas, a complexidade da situação na Síria continua a evoluir.

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