Nova política de preços da Petrobras ainda divide opiniões dois anos depois de adotada
Mudança na política de preços da Petrobras visa equilibrar interesses do governo e do mercado. A recente redução de 5,6% na gasolina para distribuidoras reflete a nova estratégia adotada pela estatal.
Decisão da Petrobras sobre preços de combustíveis completa dois anos e gera debate. A mudança, feita sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e a liderança de Jean Paul Prates, abandonou a política de paridade de importação (PPI) em favor de uma nova estratégia que prioriza o “custo alternativo do cliente” e o “valor marginal para a Petrobras”.
Recentemente, a Petrobras anunciou uma redução de 5,6% nos preços de venda de gasolina para distribuidoras. O mercado reagiu positivamente, com ações da estatal subindo mais de 5% após o anúncio. Prates destacou que a nova política busca uma autonomia em relação às importações.
O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) alega que a nova política conseguiu mitigar o repasse da volatilidade internacional dos preços para o consumidor brasileiro, resultando em quatro reajustes de diesel em 2023.
No entanto, a redução dos preços foi menor para os consumidores finais: 0,3% no diesel e 25,5% na gasolina entre janeiro de 2023 e abril de 2025. Fatores geopolíticos e estruturas da indústria influenciaram esses resultados.
Analistas divergem sobre a eficácia da política: Vitor Sousa acredita que a Petrobras tem acompanhado razoavelmente os preços de mercado, enquanto Ilan Arbetman critica a falta de transparência e a dificuldade para novas empresas no setor.
O presidente da Abicom, Sérgio Araújo, reclama da falta de clareza quanto à nova política, apontando que distribuidoras precisam trabalhar com um “mix” entre diferentes fontes para garantir viabilidade e previsibilidade operacional.