'Nova ordem mundial' no mercado de Treasuries traz medo dos títulos longos
Incertezas sobre políticas de Trump afetam percepção de risco dos investidores em títulos do Tesouro. Gestores de ativos esperam que prêmio de prazo permaneça elevado diante de riscos fiscais e econômicos.
A operação "Venda América" impactou a disposição dos investidores em manter a dívida de maior vencimento do governo dos EUA, crucial para financiar o déficit.
Gestores da BlackRock, Brandywine Global e Vanguard se deparam com um crescente número de incertezas à medida que o presidente Donald Trump se aproxima de seu 100º dia no cargo.
As perguntas incluem:
- Impacto da guerra comercial e cortes de impostos no crescimento econômico.
- Possibilidade de demissão do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
- Busca por um dólar mais fraco?
Isso resultou em um aumento do risco, levando compradores de Treasuries a exigir rendimentos mais altos. Recentemente, o prêmio de prazo atingiu níveis elevados, próximos de 2014.
Jack McIntyre, da Brandywine, afirmou: “Estamos em uma nova ordem mundial.” Apesar de possíveis acordos comerciais, a incerteza continua alta.
Embora investidores não estejam abandonando massivamente os títulos do Tesouro, o sentimento permanece frágil. Críticas de Trump ao Fed preocupam investidores com a independência do banco central.
A Pacific Investment Management Co. tem comprado títulos, mas limitando os vencimentos, favorecendo de cinco a dez anos, devido à ansiedade no mercado.
Os rendimentos dos títulos de 30 anos chegaram a subir para 4,74%, e a Vanguard prevê que o prêmio de prazo pode aumentar devido a grandes déficits federais.
Com a divulgação dos planos de emissão de títulos, Wall Street espera volumes estáveis nos próximos meses, enquanto os republicanos discutem como pagar cortes de impostos.
Um prêmio maior é necessário, pois cada fração de ponto percentual extra no rendimento é crucial para o governo, que já paga mais de US$ 1 trilhão ao ano em sua dívida.
A BlackRock expressou preocupações sobre a vulnerabilidade dos títulos americanos devido à mudança de confiança dos investidores.
George Catrambone, da DWS Americas, acredita que o prêmio de prazo pode recuar conforme maior clareza nas políticas for alcançada, mas não retornará aos níveis baixos da última década devido a constantes questões fiscais.