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Nova meta da Otan ameaça gastos sociais e cria impasse na Europa

O aumento dos gastos da Otan para 5% do PIB até 2035 gera preocupações sobre a viabilidade financeira e seu impacto nas políticas de bem-estar social. Especialistas alertam para a necessidade de um redirecionamento orçamentário significativo em meio a desafios econômicos e divergências entre os países membros.

A Otan aprovou, em sua cúpula em Haia, no dia 25 de junho de 2025, uma meta de 5% do PIB para gastos em defesa até 2035.

A divisão será de 3,5% em despesas diretas e 1,5% em áreas como cibersegurança e inovação. Essa nova meta supera o padrão anterior de 2%, que já era desafiador para muitos países.

Especialistas apontam que o aumento se justifica pela intensificação de ameaças geopolíticas, mas pode impactar o bem-estar social, incluindo saúde e previdência.

Em 2024, a Otan gastou US$ 1,5 trilhão (2,7% do PIB). Aumentos foram mais significativos na Europa, especialmente após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Porém, a meta de 5% é considerada inédita e desafiadora. O cientista político Maurício Santoro considera a meta "impossível" para diversos países, podendo gerar instabilidade social.

A Rússia possui cerca de 700 mil tropas mobilizadas na Ucrânia, o que pressiona a Otan. Os EUA são os principais financiadores da aliança, respondendo por ⅔ dos gastos totais. A Alemanha suspendeu o “freio da dívida” e pode aumentar os investimentos em defesa.

Países como Itália e França enfrentam desafios significativos devido a altos níveis de dívida pública. O aumento proposto pode levar a pressões inflacionárias e desigualdades sociais.

A meta poderia quase dobrar os gastos militares para cerca de US$ 3 trilhões. A proposta foi inicialmente defendida por Donald Trump para que a Europa assumisse maior responsabilidade.

A Espanha rejeitou a meta, mantendo seus gastos em 2,1%, enquanto Polônia, Estônia e Lituânia já superaram os 3,5%.

Os especialistas alertam para o dilema em aumentar o orçamento de defesa sem desmantelar o estado de bem-estar social. A revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE está em discussão, com propostas de flexibilização na dívida.

Embora a Otan pressione, os EUA não planejam cumprir completamente a meta. Mirsky observa que a meta de 5% é mais uma sinalização política do que uma meta sustentável a longo prazo.

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