Nova maior grife do mundo, Hermès anuncia aumento de preços nos EUA para compensar 'tarifaço' de Trump
Hermès anuncia aumento de preços nos EUA para compensar taxas alfandegárias de 10%. A decisão segue um crescimento de 8,5% nas vendas do grupo no primeiro trimestre, com foco na fidelidade de clientes ultra-ricos.
Hermès, a maior grife do mundo com valor de mercado de R$ 1,6 trilhões, anunciou aumento de preços nos EUA para compensar taxas alfandegárias de 10%.
A marca, famosa por suas bolsas Birkin e lenços de seda, começará a aumentar os preços "a partir de 1º de maio e em todos os setores", segundo o diretor financeiro Eric Halgouët.
Embora Halgouët não tenha especificado o percentual do aumento, ele afirmou que será um "complemento" para neutralizar o impacto dos direitos aduaneiros.
Hermès já havia aumentado os preços globalmente em 6 a 7% no início do ano e costuma ajustar seus preços apenas uma vez por ano.
Axel Dumas, gerente da Hermès, destacou que a casa está se fortalecendo em um "contexto geopolítico e econômico complexo". Ele também comentou que, se as taxas aumentarem, os preços dos produtos também subirão.
No primeiro trimestre, as vendas na região "Américas" subiram 13,3%, totalizando 695 milhões de euros. Apesar de interrupções causadas pelo clima, Halgouët afirmou que o mês de março teve um desempenho excelente.
A Hermès é considerada uma marca de "ultraluxo", com itens destinados a uma clientela "ultra-rica". A confiança dos investidores na marca foi reforçada por sua recente liderança em capitalização de mercado no CAC 40, conforme destacou Halgouët.
Analistas do banco HSBC elogiaram o "modelo econômico único" da Hermès, baseado na raridade de suas bolsas icônicas e na diversidade de produtos.
Outras marcas de luxo, como Ferrari, também planejam repassar o impacto das novas taxas alfandegárias aos seus preços de venda nos EUA.