Nova frente de batalha entre Trump e Xi Jinping é um avião que a China vê como ‘símbolo de poder’

Donald Trump decidiu restringir a exportação de tecnologia aeroespacial americana para a China, gerando preocupações em Washington sobre o papel das empresas americanas em apoiar a concorrência com a Boeing.

A Comac (Commercial Aircraft Corporation of China) foi criada em 2008 com a meta de lançar um jato comercial até 2016, mas seu desenvolvimento foi lento. O C919 entrou em serviço comercial somente em 2023, apesar do amplo apoio de empresas americanas e europeias.

O C919 é visto como um símbolo do poderio chinês, sendo descrito pela mídia estatal como "um dos pilares de uma grande potência". Contudo, a mudança política sob Xi Jinping, especialmente em relação a Taiwan e o Mar da China Meridional, gerou preocupações sobre o roubo de tecnologia industrial.

William R. Evanina, ex-diretor do Centro Nacional de Contrainteligência dos EUA, afirmou que "quase toda a composição do C919 é tecnologia roubada". Pelo menos 40% do C919 é produzido por empresas ocidentais.

O governo Trump ainda não detalhou os novos limites à exportação, mas a China criticou a ação, alegando que representa um bloqueio malicioso. O C919 concorre com o A320 da Airbus e o Boeing 737, enquanto a China se volta mais para a Airbus devido a preocupações com a dependência da Boeing.

A Comac atualmente possui cerca de 1.000 pedidos, principalmente de companhias aéreas estatais chinesas, e enfrenta desafios significativos na certificação do C919, já que nenhuma agência, incluindo a FAA, o homologou.

A General Electric tem um papel central no desenvolvimento do C919, trabalhando em parceria com empresas militares chinesas e compartilhando tecnologia avançada de aviônica. Apesar das dificuldades, o C919 iniciou operações regulares com a China Eastern Airlines em 2023.