Norma do BC mais dura para precatórios retroagiu para evitar corrida a ativos de maior risco
Nova norma do Banco Central impõe restrições ao registro de precatórios, exigindo que bancos aumentem capital para cobrir ativos de maior risco. Medida visa evitar que instituições financeiras façam aquisições aceleradas antes da aplicação das novas regras rigorosas.
Banco Central endurece registro de precatórios, ativos de maior risco e menor liquidez, nas instituições financeiras. A norma, aprovada em outubro de 2023 e em vigor desde janeiro de 2024, retroagiu três meses para evitar compras aceleradas antes da nova regra.
A medida impacta principalmente bancos como o Banco Master, que teve proposta de compra pelo Banco de Brasília (BRB). O BC pode exigir aumento de capital devido à alta exposição a esses ativos.
As novas regras alteraram o Fator de Ponderação de Risco (FPR), anteriormente zero, agora variando de 100% a 600% para precatórios e 200% a 1.250% para pré-precatórios. Isso exige maior capital para cobrir riscos.
Outra mudança inclui uma conta separada no Cosif para contabilizar precatórios e pré-precatórios, aumentando a transparência sobre esses ativos nos balanços dos bancos.
Na época da regulamentação, a exposição do Sistema Financeiro Nacional (SFN) a precatórios era inferior a 0,1% dos ativos. O crescimento desse mercado foi impulsionado pela PEC dos precatórios, aprovada em 2021.
O Banco Master possui cerca de R$ 16 bilhões em precatórios, parte em um Fundo de Investimento em Direito Creditórios (FIDCs). A fatia com maior risco, o "bad bank", está sob análise do BC e pode ser liquidada.
Pressões sobre o BC aumentaram desde a determinação da data de corte. Grandes bancos criticam a abordagem do BC e pedem ações mais rigorosas, além de novas regras para instituições financeiras que adotam estratégias de maior risco.
Banco Central e Roberto Campos Neto não se manifestaram sobre as reclamações.