No Planalto, clima é de alívio com tarifaço reduzido e temor com próximas medidas políticas de Trump
Governo Lula busca minimizar impactos do tarifaço de Trump enquanto negociações por exceções se intensificam. Pesquisa aponta recuperação na aprovação do presidente, fortalecendo sua posição política em meio à crise.
Formalização do tarifaço pelo presidente dos EUA, Donald Trump, gera alívio momentâneo para o governo Lula, conforme relato de auxiliares à EXAME.
O impacto da sobretaxação é reduzido, mas uma lista de exceções exige plano de contingência com custo fiscal reduzido e menor oferta de crédito dos bancos públicos.
A ordem de Lula é que o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira intensifiquem as negociações por mais exceções, principalmente para frutas e café.
Retaliações contra os EUA estão descartadas inicialmente, pois poderiam inflamar ainda mais Trump.
Por outro lado, o imbróglio político continua. Trump pode usar instrumentos de pressão para ajudar Jair Bolsonaro, e há temor de que sanções ao ministro Alexandre de Moraes se estendam a outros membros do Judiciário e do governo.
Novas sanções de Trump são esperadas durante o julgamento de Bolsonaro. Caso afetem o Brasil, isso pode aumentar a popularidade de Lula.
Resultados de pesquisas de opinião trazem otimismo ao Planalto. O instituto AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, indica que 50,3% dos brasileiros aprovam Lula, enquanto 49,7% o reprovam, a primeira vez desde novembro de 2024 que a aprovação supera a desaprovação.
Se as eleições de 2026 fossem hoje, Lula venceria todos os adversários. Com uma aprovação de 50% ou mais, se tornaria um candidato à reeleição ainda mais competitivo.