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No Brasil, pobres pagam proporcionalmente três vezes mais impostos que super-ricos, diz estudo da Oxfam

Estudo da Oxfam Brasil revela que sistema tributário brasileiro penaliza mais as mulheres negras e reforça a desigualdade racial. A organização propõe reformas para aumentar a progressividade dos impostos e reduzir a carga sobre os mais pobres.

Estudo da Oxfam Brasil revela que o 0,15% mais rico da população concentra R$ 1,1 trilhão em renda, superando a metade da população que ganha menos. O sistema tributário faz com que os mais pobres paguem, proporcionalmente, três vezes mais impostos que os ricos, agravando a desigualdade racial.

O relatório, que será apresentado na Câmara dos Deputados, sugere a revisão de benefícios fiscais para os mais ricos e destaca o impacto da desigualdade racial na carga tributária.

  • 0,1% mais ricos: 10% da renda destinada a tributos.
  • 10% mais pobres: 32% da renda comprometida.
  • Tributos indiretos: Representam 14,8% do PIB brasileiro, contra 9,7% na média da OCDE.

A Oxfam critica a dependência do Brasil de impostos sobre consumo, que penalizam os mais pobres. Em média, 70% da renda das pessoas mais pobres é gasta em bens essenciais, resultando em maior carga tributária.

O estudo revela que mulheres negras lideram 65% dos lares mais pobres e enfrentam uma carga tributária indireta maior (10,8%) em comparação aos lares brancos (9,7%). Essa estrutura perpetua a exclusão social da população negra.

A pesquisa é divulgada em um contexto onde o governo propõe reforma no Imposto de Renda, isentando quem ganha até R$ 5 mil. A Oxfam alerta que os beneficiados pela isenção são 44% negros e 41% mulheres, enquanto a alíquota mínima atinge majoritariamente homens brancos.

Além da reforma no Imposto de Renda, a Oxfam defende medidas como o fim da isenção sobre lucros e a inclusão de marcadores raciais nas declarações para embasar políticas públicas.

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