Nível de tarifas que Trump impôs ao Brasil é suportável, diz CNI
Armando Monteiro Neto acredita que o impacto da taxação americana sobre aço e alumínio será pequeno para o Brasil, ressaltando a complementaridade entre os produtos brasileiros e o setor norte-americano. Ele também destaca que a guerra comercial entre os EUA e a China pode abrir oportunidades para o Brasil, especialmente nas exportações de commodities agrícolas.
Armando Monteiro Neto, ex-ministro do Desenvolvimento e presidente do Contrif, afirmou que a taxação de 25% dos EUA sobre o aço e alumínio brasileiros é “relativamente suportável”.
Em entrevista ao Poder360, Monteiro disse que o Brasil pode manter suas exportações após o tarifaço de Donald Trump.
No ano passado, o segmento de aço e alumínio exportou US$ 5,29 bilhões para os EUA, representando 39,4% do total exportado pelo Brasil.
A taxação entrou em vigor em 12 de março, e uma tarifa recíproca de 10% foi aplicada sobre produtos brasileiros em 2 de abril.
Monteiro avaliou que o impacto direto na economia brasileira é “relativamente pequeno”, mas expressou preocupações sobre a incerteza no cenário.
Ele comentou que a decisão de Trump foi esperada, mas a forma como se deu foi surpreendente: “Ninguém imaginava que esse processo pudesse acontecer de forma tão descoordenada”.
O setor automotivo, que exportou US$ 1,7 bilhão para os EUA, também pode ser impactado, mas Monteiro acredita que outros concorrentes sofrerão igualmente.
A Casa Branca anunciou tarifas de até 245% sobre produtos chineses, um reflexo da guerra comercial entre os dois países. Monteiro afirmou que “na guerra comercial, ninguém ganha”.
Por fim, ele destacou que o Brasil pode se beneficiar em commodities agrícolas, especialmente na exportação de soja, devido ao aumento das tarifas.