Netanyahu nega fome em Gaza, e Trump diz que não está convencido por premiê
Trump questiona afirmações de Netanyahu sobre a situação humanitária em Gaza, destacando relatos de desnutrição e fome entre os civis. Enquanto isso, a ONU e organizações de direitos humanos denunciam violações graves e pedem urgentemente ajuda humanitária para a região.
Trump não acredita na ausência de fome em Gaza
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (28) que não está convencido de que não há fome na Faixa de Gaza, desafiando o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, que afirmou que as acusações são "uma mentira descarada".
Netanyahu, em uma conferência cristã, reiterou que "não há política de fome em Gaza". Contudo, relatos de desnutrição e imagens de pessoas famintas contradizem essa afirmação. O premiê israelense acusou o Hamas de roubar suprimentos, uma alegação negada pela facção.
Em seu campo de golfe na Escócia, Trump comentou: "Há muitas pessoas passando fome em Gaza". Ele propôs trabalhar com outros países para criar centros de alimentação, destacando que a prioridade é alimentar a população.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou a situação humanitária em Gaza como "absolutamente intolerável", pedindo uma mobilização urgente de ajuda alimentar.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que "a fome nunca deve ser usada como arma de guerra" durante uma videoconferência na Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre a desnutrição em níveis alarmantes em Gaza, com um pico de mortes em julho. Das 74 mortes registradas, 63 ocorreram neste mês.
Israel impôs um bloqueio total a mantimentos desde março. Após críticas, a administração anunciou a criação de corredores humanitários e começou a realizar lançamentos aéreos de alimentos.
Denúncias de genocídio têm aumentado. A ONG israelense B'Tselem declarou que Israel está tomando medidas deliberadas para destruir a sociedade palestina em Gaza. A Médicos pelos Direitos Humanos relatou a destruição do sistema de saúde no território.
Segundo o escritório de ajuda humanitária da ONU (Ocha), apenas 18 dos 36 hospitais em Gaza estão funcionando parcialmente, enfrentando severas dificuldades.