Negociações com EUA sobre programa nuclear avançam, mas Irã pede garantias
Negociações entre EUA e Irã avançam com nova rodada de diálogos agendada. Países buscam garantir um acordo que delimite o programa nuclear iraniano e impeça desenvolvimento de armamento atômico.
Estados Unidos e Irã concluíram, neste sábado, 19, a segunda rodada de negociações sobre o programa nuclear do Irã, mediadas por Omã. As conversas duraram quase quatro horas e foram descritas como um ambiente “construtivo” pela televisão estatal iraniana.
Segundo o Wall Street Journal, o Irã busca garantias de que os EUA não desistirão do acordo, como ocorreu em 2018. As duas nações não têm relações diplomáticas desde a Revolução Islâmica de 1979 e consideraram a primeira rodada de discussões na semana anterior, também em Omã, como construtiva.
O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que as negociações estão avançando, enquanto o emissário americano, Steve Witkoff, coordenou a delegação dos EUA. As partes concordaram em manter as discussões indiretas nos próximos dias e realizar uma nova reunião no dia 26 de abril.
A próxima fase busca um “acordo justo e duradouro” que assegure um Irã livre de armas nucleares e mantenha sua capacidade de energia nuclear civil. Araqchi, em Moscou, expressou suas “sérias dúvidas” sobre as intenções dos EUA.
O presidente americano, Donald Trump, que voltou à Casa Branca em janeiro, anunciou uma política de “pressão máxima” contra o Irã e endureceu as sanções. Apesar das ameaças, Trump declarou que não tem pressa em recorrer à ação militar.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, afirmou em visita a Teerã que o Irã “não está longe” de desenvolver armas nucleares. O Irã, que atualmente enriquece urânio a 60%, rejeita as acusações de que está em busca de armamento atômico e desconsidera a possibilidade de interromper suas atividades nucleares.
A Guarda Revolucionária do Irã descartou qualquer debate sobre suas capacidades militares, e Israel reafirmou sua determinação em impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.