Navios reduzem capacidade para não encalhar em portos com infraestrutura defasada
Entidades do setor pedem urgência nas obras de ampliação dos calados nos portos brasileiros para atender à demanda de navios maiores. A falta de infraestrutura resultaria em perdas significativas nas exportações e impacto ambiental devido ao aumento no número de viagens necessárias.
Infraestrutura de portos brasileiros defasada não suporta navios modernos, demandando maior profundidade para atracação, aponta a ABPA.
A entidade pediu ao Ministério de Portos e Aeroportos a ampliação dos calados no país. Ricardo Santin, presidente da ABPA, destacou que navios operam com apenas 70% de sua capacidade por conta das limitações.
Um estudo do Centronave revela que o Brasil perde cerca de 1 milhão de toneladas por ano devido a esses calados limitados. Em comparação, portos na Europa e Ásia operam com embarcações de até 24 mil TEUs.
Para o porto de Santos, é necessário um aprofundamento de 1,5 metro para receber navios mais novos. Atualmente, seu calado operacional é de 13,5 metros na maré baixa e 14,5 metros na maré alta.
Santos, sozinho, perde 500 mil TEUs por ano, gerando uma perda de receita de US$ 21 bilhões em operações de importação e exportação.
O Ministério afirmou que o governo está focado em concessões para aprofundar canais e atrair navios maiores. A concessão do canal de Paranaguá é uma das previstas para este ano.
Estudos futuros entre 2025 e 2026 incluirão concessões em Itajaí, Santos, Rio Grande e Bahia.
Leandro Carelli Barreto, da Solve Shipping, aponta que o calado ideal seria de pelo menos 16 metros. Cada metro de limitação corresponde a 800 contêineres a menos nas exportações.
Além disso, a falta de profundidade gera aumento na emissão de gases de efeito estufa, por forçar mais viagens com navios menores. Barreto sugere que a expansão dos calados deve vir acompanhada de outras adaptações nos terminais.