Nas redes sociais, “vale o afeto”, diz marqueteiro de Hugo Motta

Chico Mendez, publicitário, afirma que a regulamentação das redes sociais é desafiadora, devido à subjetividade do que é verdade ou mentira. Em entrevista, ele destaca que as pessoas buscam o que faz sentido para elas e não necessariamente a verdade.

Ele diz: “O que vale é o afeto”, apontando que a discussão sobre desinformação é complexa e etérea, fora do alcance da regulamentação. Mendez acredita que crimes nas redes sociais devem ser punidos, e já existem mecanismos para tal.

À medida que o bolsonarismo surgiu como resposta ao novo consumo de informação, Mendez observa que os grupos ideológicos têm formas diferentes de comunicação. “A nova direita usa afeto, enquanto a esquerda ainda se baseia em dados”, explica.

A polêmica acerca da regulamentação aumentou com a declaração de Janja da Silva, primeira-dama, sobre o TikTok em um jantar com Xi Jinping. O presidente Lula confirmou a discussão, o que gerou críticas pela possível intervenção de um país autocrático nas políticas brasileiras.

Mendez, coordenador das redes sociais do presidente da Câmara, Hugo Motta, acredita que o verdadeiro problema do governo não é a comunicação, mas a mudança de como a informação é consumida hoje em dia, favorecendo uma agenda de valores em vez de números.

Ele ressalta que atualmente, “o que era política da rua virou política da rede”, destacando como a polarização torna mais fácil para políticos dos extremos se projetarem nas redes sociais.

Sobre as pautas de Janja, Mendez observa que sua visão identitária pode ser estratégica mas, em sua opinião, “mais atrapalha do que ajuda”. Ele enfatiza que as primeiras-damas se tornaram figuras políticas ativas.