Não vejo espaço, mas não duvido de mais medidas de estímulo do governo ao PIB, diz economista
Crescimento do PIB é impulsionado pela agropecuária, mas expectativa é de desaceleração nos próximos trimestres. Juros altos e quadro fiscal delicado limitam espaço para estímulos governamentais à economia.
PIB brasileiro cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pela agropecuária.
A economista Juliana Trece, do FGV Ibre, prevê desaceleração ao longo do ano, devido ao fim do impulso da safra e juros altos.
O governo Lula enfrenta um quadro fiscal delicado, sem espaço para novas medidas de estímulo, mesmo que isso possa ocorrer.
No primeiro trimestre, o setor agropecuário cresceu 12,2%, enquanto outros setores, como serviços (0,3%) e investimentos (3,1%), mantiveram resultados positivos, apesar dos juros.
As previsões do FGV Ibre indicam um crescimento de 1,9% para o PIB em 2025, abaixo dos 3,4% do ano anterior.
Juliana destacou que, mesmo com a retração da indústria (-0,1%), a economia deverá desacelerar, mas não retrair.
A inflação acima da meta e os altos juros dificultam novos estímulos e o cenário fiscal é incerto.
O impacto da gripe aviária nas exportações agropecuárias é abordado como pontual, considerando o cenário de crescimento das exportações.
Sobre a política monetária, as incertezas moldam o ambiente de juros, que podem não aumentar ainda mais dependendo das decisões governamentais.
O mercado de trabalho aquecido e medidas de auxílio impulsionam o consumo das famílias, mesmo em um cenário de aperto monetário.
Juliana conclui que a dinâmica pode se repetir em 2025, mas o cenário externo é desafiador em comparação a 2023.