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Não há sangria para petróleo do País; exportações podem ser reorientadas, diz IBP

Roberto Ardenghy destaca que, embora as tarifas do governo americano possam afetar as exportações brasileiras, a demanda global por petróleo deve garantir a estabilidade do setor. Ele acredita que o Brasil pode se beneficiar com a reorientação de suas exportações para novos mercados.

Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), comentou em 2 de outubro sobre as consequências do tarifaço do governo americano para o petróleo brasileiro. Ele afirmou que as repercussões ainda não estão claras, mas não acreditarão em uma “sangria” para o setor.

Ardenghy destacou que a tarifa de 10% é uma média para as importações do Brasil e que, na prática, pode ser menor. O petróleo pode até ser excepcionado da taxação, dado que os EUA são deficitários em relação ao setor.

As tarifas específicas serão divulgadas pelo governo americano em breve. Ardenghy mencionou que os EUA importam mais de 6 milhões de barris de petróleo diariamente, principalmente do Canadá e do México, além de países do Oriente Médio e do Brasil.

Ele alerta que a taxação pode aumentar o preço dos combustíveis para o consumidor americano e frisou que o petróleo possui uma demanda inelástica, ou seja, não há alternativas no curto prazo. “Acreditamos que o petróleo pode ser excepcionado deste tarifaço”, disse.

Entre 2019 e 2024, o Brasil exportou, em média, 1,4 milhão de barris por dia, com 162 mil bpd (11%) destinados aos EUA. Em 2024, esse número subiu para 239 mil bpd, ou 14% do total exportado pelo Brasil.

A guerra na Ucrânia aumentou as exportações brasileiras de óleo bruto para os EUA, que buscam substituir o petróleo de países embargados, como a Rússia. Além disso, o Brasil começou a fornecer petróleo para a Europa, com destaque para a Holanda e a Espanha.

Se a tarifa for fixada em 10%, Ardenghy acredita que afetará as operações de diversas empresas de petróleo no Brasil, mas não será uma “sangria”, pois a demanda global permanecerá. O produto será redirecionado a outros mercados.

As empresas mais impactadas seriam as “majors” e as petroleiras independentes com maior exposição ao mercado externo. No entanto, Ardenghy acredita que esse impacto será temporário, pois o produto encontrará novos destinos e a demanda não será reduzida.

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