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Não escaparemos da discussão a respeito de como construir um regime fiscal justo e eficiente

Fernando Haddad adota estratégia semelhante à de Donald Trump no ajuste fiscal, propondo aumento do IOF em meio a um cenário político complicado. A situação evidencia a necessidade de um debate abrangente sobre o regime fiscal do país, que está longe de ser resolvido.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotou, de forma acidental, uma estratégia semelhante à de Donald Trump para lidar com o descalabro fiscal.

O anúncio do novo IOF seguiu um padrão de aumento de impostos sem considerar as consequências, mas pode abrir espaço para negociações.

A situação revela a necessidade de um ajuste fiscal condicionado pela correlação de forças políticas. Discute-se que o governo deveria cortar despesas ao invés de aumentar a arrecadação.

Entretanto, é ingênuo acreditar que um governo com apenas 28% de aprovação poderá recuar em aumentos do salário mínimo, do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada.

Embora existam supersalários, as despesas de Pessoal estão congeladas, e os gastos tributários com isenções fiscais são altos, totalizando cerca de R$ 800 bilhões.

O governo não possui força política para propor uma redução de benefícios fiscais e, portanto, recorre ao aumento da carga tributária.

A arrecadação da Receita Federal cresceu, mas propostas justas, como a taxação mínima dos muito ricos, têm sido rechaçadas.

A discussão sobre as despesas de juros, que podem chegar a R$ 1 trilhão em 2025, é evitada.

O governo pode tentar encontrar soluções temporárias, mas uma discussão ampla sobre um regime fiscal justo e eficiente é inevitável, e a crise atual é um prévio aviso de mudanças estruturais que estão por vir.

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