'Não conhecia rúcula, salsa, couve': como a agricultura mudou vidas em um deserto alimentar do Brasil

Quintais Produtivos transformam vidas no sertão do Piauí

No município de Betânia do Piauí, a agricultura familiar está mudando a realidade de muitas famílias. Há apenas 5 anos, as hortaliças começaram a ser cultivadas, após a iniciativa do Instituto Novo Sertão, fundado por José Carlos Brito.

As agricultoras relatam melhorias na alimentação e na saúde, superando problemas como depressão. O projeto Quintais Produtivos beneficia 45 famílias, proporcionando acesso a frutas e verduras frescas e gerando uma renda média de R$ 300 a R$ 500 por mês.

Em 2023, cerca de 25 milhões de brasileiros viviam em desertos alimentares, onde o acesso a alimentos é limitado. Embora o Brasil seja um grande produtor de alimentos, a insegurança alimentar persiste, especialmente em regiões rurais.

O fundador do Instituto Fome Zero, José Graziano, destaca a importância da agricultura familiar para garantir nutrição e diversidade, uma vez que este setor é responsável por 62% da produção de hortaliças no Brasil.

Para fortalecer a agricultura familiar, é essencial encurtar distâncias de distribuição. Em Betânia, a Quitanda dos Quintais, criada pela ONG, conecta agricultores aos consumidores, permitindo que os produtos cheguem ao centro da cidade.

Além disso, políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) são fundamentais, embora tenham enfrentado cortes orçamentários. O governo planeja aumentar o número de agricultores beneficiados nas próximas anos.

A escassez de água também é um grande desafio, com métodos de irrigação implementados para tornar a agricultura viável. O Instituto Novo Sertão busca soluções para adaptar as técnicas às condições locais, visando superar a insegurança alimentar na região.