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Na Venezuela, Maduro proclama vitória em eleição quase sem eleitores e boicotada por oposição

Venezuelanos enfrentam uma eleição marcada por altos índices de abstenção e ausência de monitoramento independente, enquanto o governo de Maduro a chama de um sucesso democrático. Críticos destacam que a disputa eleitoral consolidou o domínio do partido chavista e deixou a oposição em uma posição fragilizada.

Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado por aliados de Nicolás Maduro, alega “vitória esmagadora” do partido chavista em eleições regionais e legislativas.

Nenhum monitor independente estava presente e críticos chamaram a eleição de farsa. Resultados reportados sem evidências retiraram os últimos cargos da oposição, incluindo o de governador de Zulia, o estado mais populoso.

Embora o CNE afirmasse que o comparecimento foi superior a 40%, as seções eleitorais estavam quase vazias. A eleição selecionou deputados estaduais, 285 deputados federais e 24 governadores, incluindo, pela primeira vez, o de Essaquibo, área disputada com a Guiana.

Benigno Alarcón, cientista político, disse que a votação não teve requisitos mínimos para ser democrática. O anúncio ocorre após uma eleição presidencial que Maduro também considerou vitoriosa, apesar de contagens opositoras apontarem para sua derrota.

Carlos Quintero, vice-presidente do CNE, afirmou que a aliança de Maduro ganhou mais de 80% dos votos para as cadeiras legislativas e 22 dos 23 estados. A oposição está dividida entre participação e boicote.

A abstenção foi acentuada com ruas desertas. Em Caracas, apenas 793 dos 11.542 eleitores votaram até o meio-dia. María Corina Machado, líder da oposição, considerou a baixa participação um sucesso contra o regime.

No âmbito da disputa territorial, Maduro declarou que a Guiana terá que aceitar a soberania da Venezuela sobre Essequibo. A eleição foi vista como propaganda chavista, segundo Irfaan Ali, presidente da Guiana.

A Corte Internacional de Justiça pediu a suspensão das eleições, mas Maduro afirmou que isso é uma disputa histórica. Durante os últimos anos, o governo de Maduro alterou as eleições em favor do chavismo e reprimiu protestos.

No domingo, tanques de guerra estavam posicionados em áreas que haviam testemunhado manifestações anteriores. Maduro alegou que as eleições foram “livres e democráticas”, apesar da repressão e dos mais de 900 presos políticos no país, segundo grupos de vigilância.

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