Na São Salvador Alimentos, 500 mil frangos por dia e um IPO à espera de uma janela
Zé Garrote reflete sobre os desafios de sua trajetória e o adiamento do IPO da São Salvador Alimentos, que ainda sonha em entrar na Bolsa. Com crescimento robusto e novas estratégias de expansão, a empresa se prepara para o futuro, mesmo diante de incertezas no mercado.
Goiânia, 2021: A Faria Lima teve seu melhor ano de IPOs da história, com juros em 2% e uma oferta de capital por semana.
Zé Garrote, goiano que fundou a São Salvador Alimentos (SSA), vendeu tudo para construir seu frigorífico, que fatura R$ 2 bilhões e tem margem EBITDA de 20%.
IPO de R$ 1 bilhão parecia iminente, mas a janela de mercado fechou em setembro de 2021, levando ao cancelamento da oferta.
Cenário atual (2025): Zé Garrote é chairman da SSA, mas não recebe visitantes devido a um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul.
Aos 64 anos, Zé reflete sobre a falta do IPO, dizendo que teria sido um passo a menos.
Sucessão familiar: Seu filho, Hugo Perillo, CEO desde que a empresa adotou os padrões de companhia aberta, tem se preparado com um MBA na Califórnia e consultoria especializada.
A SSA cresceu organicamente e se destacou no mercado financeiro, emitindo R$ 450 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio.
Com rating A+ e governança sólida, a SSA enfrenta um risco por sua concentração operacional em Goiás, abate de 540 mil aves por dia.
Investimentos: A empresa destina R$ 100 milhões para expandir a unidade de Nova Veneza, focando em frangos e produtos industrializados, que representam 17% do faturamento.
Estratégia: Zé está aberto a aquisições, embora a SSA priorize o crescimento em frango.
Hoje, Zé se dedica à pecuária e fornece 30 mil cabeças de gado para a JBS, mantendo-se conectado com a realidade de seus fornecedores.