Na França, Lula vai completar 114 dias fora do país desde a posse
Lula busca consolidar acordo entre União Europeia e Mercosul durante visita a Paris, enquanto enfrenta desafios políticos e crescentes índices de desaprovação em seu governo. Na agenda, discussões sobre comércio, combate ao crime e celebrações com a participação francesa.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou na noite de 3 de junho de 2025 de Lisboa para Paris, onde se reunirá com Emmanuel Macron para discutir o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.
O Brasil visa concluir o tratado até o fim do ano, quando assumirá a presidência do Mercosul. Apesar do apoio de alguns países europeus, França é a principal opositora ao acordo.
O tratado poderia criar uma zona de livre comércio representando mais de 20% do PIB mundial, envolvendo 720 milhões de consumidores. O documento está na fase final de tradução técnica.
Lula também visitará a Interpol em Lyon, acompanhado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir o combate ao crime organizado. Essa é a 7ª viagem internacional de Lula em 2025; ao retornar, terá passado 26 dias no exterior.
No Brasil, o governo enfrenta impasses sobre o aumento do IOF e teve queda na aprovação, com 56% dos eleitores desaprovando sua gestão, influência das fraudes no INSS.
Lula levará a posição do Brasil contra a lei europeia antidesmatamento, que restringe importações de commodities de áreas desmatadas desde 2021, considerada "discriminatória" pelo governo brasileiro.
Além disso, o presidente participará da cerimônia declarando o Brasil livre de febre aftosa sem vacinação e receberá o título de doutor Honoris Causa pela Universidade Paris 8.
Após sua visita à base naval em Toulon e um evento na Côte d’Azur, Lula retornará ao Brasil na noite de 9 de junho.