Na 9 de Julho, velhos escritórios viram apartamentos de até R$ 40 milhões
A transformação da avenida 9 de Julho reflete uma mudança de paradigma no setor imobiliário de São Paulo, com a conversão de prédios comerciais em residenciais de luxo. A iniciativa visa atender à demanda crescente de alta renda na região, que agora se destaca pela valorização e pela vista preservada.
Avenida 9 de Julho em São Paulo passa por transformação urbana, com antigos edifícios comerciais sendo trocados por empreendimentos residenciais de alto padrão voltados para a elite.
A Benx Incorporadora lidera esse processo, com dois lançamentos na região: Art Boulevard e Arbórea Vista Jardim Europa. O Art Boulevard destaca-se por unidades que podem custar até R$ 40 milhões, enquanto o Arbórea oferece uma quadra de tênis oficial.
Segundo o CEO, Luciano Amaral, a escassez de terrenos valorizados impulsiona a conversão de prédios antigos. Ele afirma que há alta demanda e pouca oferta no mercado de luxo, justificando a reconfiguração urbana.
Com a nova fase, a 9 de Julho começa a se firmar como endereço residencial de luxo. Quatro empreendimentos de alto padrão foram lançados entre o Itaim Bibi e o Jardim Europa, mudando a paisagem.
Os moradores desfrutam de uma "vista eterna" devido à proteção contra verticalização. O preço do metro quadrado na 9 de Julho subiu 20,7% entre 2024 e 2025, enquanto a valorização média em São Paulo foi de apenas 6,4%.
Apesar da transformação, essa tendência é vista como caso pontual pela diretora de pesquisa da Newmark, Mariana Hanania.
A porção central da 9 de Julho ainda enfrenta desafios, como insegurança, que desestimula novos investimentos.
Os planos de requalificação urbana, como a transferência da sede do governo paulista até 2026, visam revitalizar o centro, mas não mudam a estratégia das incorporadoras no Itaim-Jardins.
No entanto, Hanania acredita que mudanças no Plano Diretor e Lei de Zoneamento podem incentivar construções na área central, similar ao que ocorreu na avenida Rebouças, revertendo a situação de edifícios obsoletos.
Amaral vê potencial na requalificação do centro, sugerindo que isso poderia valorizar a região e promover segurança.