Muros tarifários não detêm a maré da globalização
Guerra tarifária desencadeia caos nos mercados e agrava as tensões entre EUA e China, com impactos globais. Especialistas alertam para consequências econômicas severas, enquanto países buscam defender seus interesses em meio ao protecionismo crescente.
Data significativa: 2 de abril - Os Estados Unidos anunciaram tarifas recíprocas, provocando turbulência global.
Os três principais índices do mercado acionário americano cairam, e o valor de mercado das "sete gigantes" perdeu quase US$ 700 bilhões (R$ 4 trilhões) em uma noite.
Alerta de instituições como JPMorgan e Goldman Sachs aponta que as tarifas agravarão a inflação nos EUA, com famílias perdendo em média US$ 4.400 (R$ 25 mil).
A ex-secretária do Tesouro, Janet Yellen, chamou a guerra tarifária de "automutilação econômica" e criticou o governo dos EUA por tentar trazer a indústria de volta com tarifas.
O FMI revisou a expectativa de crescimento global em 2025 para 2,8%. O Instituto Brasileiro de Economia Aplicada prevê uma redução de 0,26% no PIB brasileiro devido às tarifas, com exportações de aço caindo 11,27%.
Os EUA, ao priorizar interesses próprios, ignoram o sistema multilateral de comércio e prejudicam a globalização.
A China respondeu com contramedidas firmes, defendendo seus direitos e evitando um retrocesso.
Com uma economia estável e diversificada, o PIB da China atingiu 134,9 trilhões de yuans em 2024. O comércio exterior chinês cresceu significativamente, com menos dependência dos EUA.
O America First pode levar a um EUA isolado, com reações de países como Canadá, UE e Brasil.
Segundo o Financial Times, a oposição aos países pró-livre comércio pode resultar em "desamericanização".
Guerras comerciais não têm vencedores; o protecionismo é um beco sem saída. Acreditamos que tarifas não conterão a globalização.
Após três semanas, os EUA sinalizam desejo de negociar, mantendo pressão com tarifas de até 245% contra a China.
A resposta da China: "Se quiserem lutar, lutaremos; se quiserem dialogar, a porta está aberta."
A China e o Sul Global advogam pelo verdadeiro multilateralismo: "aperto de mãos, não punhos"; "derrubar muros, não erguê-los"; "conectar, não desacoplar."