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Municípios gastam mais com salários, ultrapassam Estados e lideram despesas com pessoal

Prefeituras superam Estados em gastos com pessoal e geram preocupações fiscais. Especialistas temem que a expansão desenfreada dos gastos municipais comprometa a saúde financeira no futuro.

Prefeituras lideram gastos com pessoal, ultrapassando os Estados em despesas. Essa inversão ocorre enquanto as contas municipais se deterioram, gerando temores de desequilíbrios futuros.

No último ano, prefeituras gastaram R$ 138,2 bilhões por trimestre com pessoal, um aumento de 17,6% desde 2019, enquanto os Estados tiveram um crescimento de apenas 2,9%.

Os dados, analisados pelo economista Bráulio Borges, mostram que o gasto federal caiu 16% neste período. Especialistas apontam vários fatores para a escalada nos custos.

As prefeituras, especialmente as menores, possuem um número maior de funcionários com salário mínimo. A política de valorização em 2023 já gera custos acima da inflação.

O aumento do piso do magistério, a partir de regras próprias, também impacta as contas locais. O piso subiu para R$ 4.867,77 em 2025, um aumento de 412,4% desde 2008, superando os 144,9%% do INPC.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) alerta prefeitos sobre os riscos de implementar os altos percentuais de reajuste do piso, após um aumento significativo entre 2022 e 2023.

Além disso, há uma crescente contratação de funcionários. Em 2022, as prefeituras empregavam 7,1 milhões de trabalhadores, aumento impulsionado por contratações temporárias e comissionadas.

Nos Estados, o número de funcionários caiu, apesar de ainda ampliar a proporção de comissionados e temporários. Governadores têm feito reajustes salariais generosos para compensar congelamentos anteriores.

Os gastos ultrapassaram o limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal em 12 Estados, levantando polêmica sobre a inclusão de despesas com organizações sociais.

Em 2025, alguns Estados já aprovam reajustes salariais, como Ceará (5,83%) e Goiás (4,83%). Contudo, há riscos associados à rigidez das despesas com pessoal.

Financiamento dos gastos: A expansão tem sido sustentada por aumentos na arrecadação e transferências da União. Mudanças políticas ou desaceleração econômica podem agravar a situação financeira.

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