Mudar compensação do IR pode ampliar concentração de renda, diz SPE
Mello alerta que mudanças na compensação da reforma do Imposto de Renda podem intensificar a desigualdade no Brasil. Ele defende a proposta que aumenta a isenção e propõe tributos para os mais ricos como forma de manter a justiça tributária.
Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, alertou que mudanças na compensação da reforma do Imposto de Renda podem aumentar a concentração de riquezas no Brasil.
Ele defendeu o projeto de lei 1.087 de 2025, que eleva a faixa de isenção de R$ 3.036 para R$ 5.000. A compensação será um tributo sobre quem ganha mais de R$ 600 mil anuais.
Um estudo da SPE indica que a reforma é neutra e impacta apenas 0,2% dos mais ricos. Mello destacou que uma compensação diferente da proposta pode resultar em uma reforma regressiva.
A proposta também reduz o imposto para ganhos de até R$ 7.000 mensais. O estudo aponta que a alíquota atual é limitada, com um comportamento regressivo no topo da distribuição, e que a reforma aumentaria a alíquota efetiva para os 0,7% mais ricos.
Mello vislumbra um cenário ideal de aproximação da estrutura tributária do Brasil à de países desenvolvidos, considerando a medida um “primeiro passo” para reduzir a desigualdade. Ele reforçou que a proposta busca justiça tributária sem aumentar a arrecadação.