Mudanças na economia da Argentina beneficiam indústrias brasileiras. Veja por quê
Indústrias brasileiras de calçados e veículos veem oportunidades de crescimento nas exportações para a Argentina após novo acordo com o FMI. No entanto, elas alertam para os desafios da concorrência com o México decorrente das tensões comerciais entre EUA e China.
Indústrias brasileiras de calçados e veículos estão otimistas com as mudanças na economia argentina, impulsionadas por um novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
As perspectivas incluem:
- Aumento das exportações;
- Estímulo a negócios e investimentos.
Por outro lado, a guerra comercial entre Estados Unidos e China pode trazer desafios, tornando o mercado sul-americano mais competitivo.
Automotiva: A expectativa é que o mercado interno argentino cresça, aumentando as exportações brasileiras. Em 2024, a produção argentina deve subir de 400 mil para 550 mil veículos, apesar da previsão de aumento nos preços.
De janeiro a março de 2025, o Brasil exportou 67,3 mil veículos para a Argentina, um crescimento de 120% em relação ao ano anterior. A balança comercial doméstica está favorável, com importações também aumentando.
Leite, da Anfavea, acredita que mais de 50% das vendas de veículos produzidos no Brasil se destinam à Argentina. Preocupações surgem por conta da concorrência do México, que pode buscar novos mercados devido a taxas aplicadas pelos EUA.
Calçados: As exportações no primeiro trimestre de 2025 cresceram 14,1%, totalizando 31,5 milhões de pares. O valor também subiu para aproximadamente US$ 270 milhões, impulsionado por negócios com os EUA e Argentina.
Ferreira, da Abicalçados, salienta que a redução no acesso a câmbio na Argentina agilizaria o comércio, embora ainda não haja solução para valores retidos. O governo argentino baixou tarifas de importação de roupas e calçados, podendo aumentar a concorrência.
A Assintecal crede que o novo sistema cambial pode trazer previsibilidade e acelerar o comércio entre os países, mas há preocupações com a concorrência da China.
Trigo: A Argentina, maior produtora da América do Sul, enviou 4,2 milhões de toneladas para o Brasil em 2024, representando 63% das importações. A expectativa é de aumento no volume de importações devido à melhoria da safra argentina, apesar da estabilidade nos preços.