MT ganha e SP perde: o impacto bilionário da guerra comercial entre EUA e China para os estados
Estudo da UFMG revela que a disputa comercial entre EUA e China beneficiará estados do Centro-Oeste e prejudicará o Sudeste do Brasil. As perdas e ganhos se devem a diferentes impactos nos setores econômicos, especialmente no agronegócio e na indústria.
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China impactará de forma desigual os estados brasileiros, segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Os estados do Centro-Oeste, Paraná e Rio Grande do Sul terão ganhos, enquanto os do Sudeste enfrentarão perdas. Em São Paulo, a perda está estimada em R$ 4 bilhões (0,14% do PIB paulista) e em Minas Gerais em R$ 1,16 bilhão (0,15% da economia mineira).
Os ganhos no Centro-Oeste somam quase R$ 7 bilhões, valor similar às perdas do Sudeste. Mato Grosso terá um ganho de R$ 5,3 bilhões.
Os resultados positivos dos estados estão associados à produção de sementes oleaginosas e outros itens do agronegócio. Em contrapartida, estados com perdas sentem o impacto da produção industrial e aumento de importações, particularmente produtos chineses.
O estudo indica um fenômeno de incremento de importações que deverá envolver tanto produtos agrícolas quanto industriais, devido ao efeito das tarifas sobre os preços internacionais.
Os especialistas simularam cenários e, em um deles, com tarifas dos EUA sobre a China a 145% e sobre outros países a 10%, assim como aumento sobre automóveis e aço, o Brasil pode perder US$ 1,97 bilhão em exportações. O impacto no PIB brasileiro seria de 0,01%.
Além disso, no cenário global, a guerra comercial teria um impacto de queda de 0,25% no PIB mundial, com perdas estimadas em US$ 205 bilhões. O comércio mundial também teria redução de 2,38%, resultando em US$ 500 bilhões em perdas. Nos EUA, o PIB pode cair 0,7% e na China, 0,6%.