MST intensifica invasões; ministério promete ‘retomada radical da reforma agrária’
MST intensifica ações de invasão em 11 propriedades para pressionar governo por reforma agrária. Movimento busca acelerar o assentamento de 100 mil famílias acampadas em todo o país.
Movimento Sem Terra (MST) invadiu 11 propriedades entre 5 e 6 de abril, no “Abril Vermelho”, em Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo.
O MST alega que as políticas de reforma agrária estão aquém do necessário e demanda mais agilidade no assentamento de 100 mil famílias acampadas no país.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que a pasta retomou políticas paralisadas e projetou que ao fim do mandato de Lula, 60 mil famílias serão assentadas.
A meta de assentar 29 mil famílias até o final do ano foi destacada por Fernanda Machiavelli, secretária executiva do ministério, como uma retomada significativa desde 1998.
Líderes do MST exigem a saída de Teixeira por considerar o ritmo de desapropriações insatisfatório, o que pode levar a mudanças ministeriais.
Com a queda de popularidade do governo, Lula tem se aproximado do MST, como demonstrado em sua visita ao acampamento Quilombo Campo Grande, onde anunciou a destinação de 12.297 lotes para famílias acampadas.
A invasão mais recente foi na Usina São José, em Rio das Pedras (SP), apontada pelo MST como responsável por crime ambiental em 2014. Outra invasão ocorreu em Frei Inocêncio (MG), com mais de 600 famílias reivindicando a desapropriação da Fazenda Rancho Grande.
O “Abril Vermelho” também relembra o massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 21 mortos em 1996, e é marcado por manifestações e invasões do MST.