MP que taxa LCI, CRI e FIIs a partir de 2026: quais construtoras são mais afetadas?
Construtoras enfrentam desafios devido a nova tributação sobre instrumentos financeiros. Medida Provisória pode aumentar custos de dívida das empresas e reduzir a disponibilidade de crédito no setor.
Pressão nas Construtoras no Brasil após a Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Lula em 11 de outubro.
A MP institui um imposto de 5% sobre investimentos anteriormente isentos, como LCI, LIG, CRI e FII.
Esses instrumentos são vitais para financiamento de imóveis e construtoras, especialmente para compradores de média e alta renda.
Segundo o Goldman Sachs, a MP afetará apenas novos papéis a partir de 2026, permitindo ajustes no setor.
A resistência no Congresso pode impactar o desfecho dessa discussão. Construtoras altamente dependentes de CRIs, como Direcional (DIRR3) e Cyrela (CYRE3), serão as mais afetadas.
Direcional tem mais de 80% de sua dívida em CRIs, podendo ver um aumento no custo da dívida entre 30 a 60 pontos-base.
A mudança no financiamento no Brasil reflete a deterioração das cadernetas de poupança e a priorização de crédito para compradores em vez de construtoras.
Expectativa do mercado é redução do crédito via SBPE, aumentando a relevância dos instrumentos na mira da nova tributação.
Exemplos de impacto:
- Cyrela: 45% da dívida em financiamentos, custo médio de 9,9%; 55% em CRIs, custo podendo subir de 13% para 13,7%.
- Direcional: 84% da dívida ligada a CRIs; custo médio dos CRIs pode subir de 12,6% para 13,2%.
- MRV: 47% em empréstimos, 53% em CRIs; custo total da dívida pode subir de 11,9% para 12,3%.
- Eztec: 55% da dívida em CRIs; custo total pode aumentar de 12,3% para 12,6%.