MP pode impactar ações do setor financeiro, mas Ibovespa está quase 'blindado'. Entenda
Mudanças na tributação podem impactar significativamente os lucros de fintechs e bancos no Brasil. A MP pode reduzir o potencial de valorização das ações do setor financeiro, especialmente para empresas listadas no exterior.
Medida Provisória (MP) publicada em 11 de junho provoca reações no mercado financeiro ao alterar alíquotas de tributação de investimentos.
A MP visa evitar um aumento do IOF e pode afetar significativamente investidores que atuam em ações, especialmente no setor financeiro.
Se aprovada, o potencial de ganho de ações de fintechs e instituições de pagamento diminuirá, segundo análise do J.P. Morgan.
Um ponto crítico é a nova alíquota de 25% sobre ganhos de investidores estrangeiros em países com tributação favorável. Essa mudança pode impactar empresas como XP, Stone e PagBank.
Com a nova MP, a B3 terá um impacto negativo estimado de 8% no lucro por ação (LPA), caso não tomem medidas compensatórias. A alíquota da CSLL subirá de 34% para 40%.
Os bancos tradicionais continuam com uma CSLL de 45%, estabelecendo uma isonomia tributária no setor. Os bancos têm 25% de peso no Ibovespa, com o Itaú liderando com mais de 8%.
As ações do Nubank, listadas na NYSE, devem cair com o aumento da alíquota de 40% para 45%. A previsão é de uma perda acima de 5% no LPA. Desde a MP, suas ações recuaram cerca de 3%.
Em relação à XP, a previsão de alíquota pode impactar entre 2% a 9% no lucro, dependendo da interpretação da Receita Federal.
O setor financeiro representa mais de 40% do índice MSCI Brazil, e um desempenho ruim na bolsa pode levar os investidores a buscar oportunidades em mercados emergentes.
Em resumo, apesar do aumento das alíquotas, os bancos tradicionais são considerados como os winners relativos nesse cenário.