Motta diz que não serve a ‘projeto político de ninguém’ e que taxação de títulos terá ‘reação ruim’
Hugo Motta alerta para a insatisfação do Congresso e do setor produtivo em relação às mudanças no IOF. Ele defende a necessidade de cortes de gastos e uma reforma administrativa para garantir um ambiente econômico favorável ao crescimento do Brasil.
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), expressou preocupação sobre as mudanças pré-anunciadas no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), comunicando à equipe econômica do governo Lula que setores do Congresso e empresários reagem de forma negativa.
Motta defendeu a isenção de títulos que financiam o agronegócio e o setor imobiliário, afirmando que não está no cargo para “servir a projeto político de ninguém” e pediu cortes de gastos como um “dever de casa fiscal”.
Durante o 2º Brasília Summit, Motta destacou que a tributação sobre títulos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), com alíquotas de 5%, é prejudicial. Ele afirmou que esses títulos são essenciais em um cenário de altos juros.
O presidente da Câmara também mencionou a necessidade de um ambiente econômico favorável para o crescimento e a justiça social. Ele considerou o Congresso como “âncora de responsabilidade” e propôs revisões de isenções fiscais e benefícios tributários.
Motta destacou que a discussão sobre gasto primário e reforma administrativa será priorizada. Ele espera que o governo apresente um pacote alternativo às propostas sobre o IOF e declarou que o aumento de tributos não é solução fiscal viável.
O deputado ressaltou a importância de revisitar despesas obrigatórias, afirmando que a falta de ação pode levar o Brasil à ingovernabilidade.