Motta defende corte de gastos e fala em revisão de isenções fiscais em reforma administrativa
Hugo Motta propõe reforma nas contas públicas e critica aumento de impostos. Reunião com governo e Senado busca alternativas para evitar derrotas políticas e apresentar soluções estruturais.
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, defendeu uma reorganização das contas públicas durante o Fórum Esfera 2025 no Guarujá (SP) neste sábado (7).
Motta mencionou a necessidade de um corte de gastos e criticou a meta fiscal do governo federal que se baseia no aumento da arrecadação. Ele afirmou que a discussão sobre as finanças do país "não pode mais ser adiada".
O presidente alertou que "estamos em uma encruzilhada" e que o modelo de Estado atual está insustentável, onde "gasta muito, entrega pouco". Essa crítica se intensifica em meio à discussão do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Uma reunião está marcada para este domingo com líderes do Congresso e o governo para discutir alternativas ao PDL (projeto de decreto legislativo) que busca barrar o aumento do imposto. O aumento tem gerado backlash de setores empresariais e até de aliados.
Motta também destacou que a reforma administrativa será apresentada em 40 dias, incluindo a revisão de isenções fiscais que não são mais sustentáveis. Segundo ele, a situação acumulada pelos governos passados exige um enfrentamento imediato.
O presidente da Câmara enfatizou que mudanças são necessárias para que o Estado "ande na velocidade da sociedade". Ele pediu uma transformação na dinâmica política, ressaltando a urgência em deixar de lado "a lógica da acomodação".
Motta indicou que a próxima terça-feira (10) pode ser crucial para estratégias em torno do PDL, visando evitar "movimentos políticos bruscos". Porém, líderes do Congresso alertam que a reunião deste domingo será apenas o começo das discussões.
A avaliação das medidas discutidas dependerá do respaldo do presidente Lula, que retornará ao Brasil na terça-feira. Aliados indicam que qualquer decisão terá que passar pelo crivo do chefe do Executivo.