Mortes por policiais caem no país, mas disparam em SP, aponta Anuário de Segurança Pública
São Paulo apresenta aumento significativo nas mortes em confrontos com a polícia, mesmo com a redução geral nas mortes violentas intencionais no Brasil. O anuário ressalta a importância de um controle mais rigoroso sobre a ação policial para mitigar a violência letal.
Mortes em intervenções policiais caem em 2024, mas São Paulo lidera com alta de 61%, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Em 2024, foram registradas 6.243 mortes em confrontos, correspondendo a 14,1% das 44.127 mortes violentas intencionais no ano. Isso representa uma queda de 2,6% em relação a 2023.
A taxa de mortes pela polícia foi de 2,9 para cada 100 mil habitantes, ligeiramente abaixo do 3 de 2023.
São Paulo registrou 813 mortes em confrontos, acima de 504 em 2023. Aumento atribuído à Operação Escudo e ao desmantelamento do programa de câmeras corporais.
Renato Sérgio de Lima, do FBSP, menciona que essa alta revela a relativização do controle policial com o uso de câmeras.
Minas Gerais e Ceará também mostram altas no número de mortes em confrontos, com aumentos de 45,5% e 30,7%, respectivamente.
O Amapá apresenta a maior taxa de mortes em confronto: 17,1 por 100 mil habitantes, apesar da queda de mortes de 183 para 137. Bahia e Pará seguem como os Estados com polícias mais letais.
Samira Bueno, do FBSP, afirma que o uso de força letal por alguns Estados é um fator estrutural da violência letal no Brasil, mesmo com a queda geral de 5,4%% nas mortes.
A morte de policiais civis e militares teve uma leve queda de 4,4% em comparação com 2023, totalizando 170 assassinatos, com dados incompletos de apenas 21 estados.
O suicídio entre policiais também diminuiu: 126 casos, 8% a menos que 2023.