Morre aos 74 anos Marcelo Beraba, idealizador da Abraji
Marcelo Beraba, uma das figuras mais influentes do jornalismo investigativo no Brasil, deixa um legado de ética e rigor na apuração. Sua contribuição fundamental na fundação da Abraji marca sua trajetória como defensor da liberdade de imprensa e da segurança dos jornalistas.
Morreu aos 74 anos o jornalista Marcelo Beraba, um dos fundadores da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), nesta segunda-feira (28.jul.2025), no Rio, vítima de um tumor no cérebro.
Beraba nasceu em 29 de abril de 1951, no Rio. Iniciou a carreira em 1971, no O Globo, formou-se em Jornalismo pela UFRJ e pós-graduou-se pela Universidade Cândido Mendes. Atuou em vários meios de comunicação, como Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo e TV Globo.
Na Folha de S.Paulo, foi editor de política e ombudsman. Participou de importantes coberturas, como a do movimento Diretas Já (1984) e a primeira eleição presidencial de 1989. Foi fundamental para modernizar procedimentos editoriais.
Após o assassinato do jornalista Tim Lopes em 2002, Beraba idealizou a Abraji, assumindo a presidência até 2007. Sob sua liderança, a Abraji se tornou referência na defesa da liberdade de imprensa e na formação de jornalistas.
Em 2005, recebeu o Prêmio Excelência em Jornalismo do ICFJ, reconhecendo sua contribuição no jornalismo investigativo. Aposentou-se em 2019, mas continuou a atuar em programas de formação para jovens repórteres.
Beraba deixa um legado fundamental ao jornalismo brasileiro, consolidando técnicas rigorosas de apuração e defendendo a ética profissional. A Abraji permanece como seu maior legado institucional.
Ele deixa sua mulher, a jornalista Elvira Lobato, e quatro filhos, além de três netos.
O diretor de Redação do Poder360, Fernando Rodrigues, ex-colega, ressaltou a importância de Beraba como exemplo de organização e ética no jornalismo. Ele destacou o papel de Beraba na criação da Abraji e sua influência em gerações de jornalistas.