Moraes nega pedido e mantém transmissão de interrogatório de Bolsonaro e aliados
Ministro reafirma a importância da transparência nas audiências, negando pedido de sigilo da defesa. Interrogatórios começam hoje com depoimentos de figuras centrais da tentativa de golpe de 2022.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido da defesa do ex-ministro Walter Braga Netto para que interrogatórios no processo sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 fossem realizados sob sigilo.
A decisão mantém a transmissão ao vivo das audiências pela TV Justiça.
Moraes afirmou que a defesa não apresentou provas de prejuízo concreto que justificassem o sigilo. Ele destacou que o tema pode ser reavaliado caso novos “elementos concretos” sejam apresentados.
Os advogados de Braga Netto alegaram que a transmissão “promove a espetacularização” da ação penal e compromete direitos individuais dos réus. No entanto, o relator manteve que a transparência é regra constitucional e que a exposição pública não configura violação.
A transmissão dos interrogatórios deve começar ainda nesta segunda-feira (9), com depoimentos dos réus do “núcleo 1” da tentativa de golpe, incluindo Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto e outros seis investigados apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A fase de interrogatórios é crucial para a consolidação das provas e julgamento de figuras centrais do esquema de subversão democrática.
A decisão de Moraes reforça a estratégia do STF de conduzir o processo com alta visibilidade pública, em um contexto de polarização política e pressão sobre as instituições.
A transparência das audiências deve alimentar o debate sobre a responsabilização dos envolvidos e pode impactar o ambiente político a pouco mais de um ano das eleições de 2026.