Moraes diz que ‘organização miliciana’ age de forma ‘covarde e traiçoeira’ sob crivo dos EUA
Moraes critica ação de milicianos que tentam influenciar o STF e afirma que o tribunal não se dobrará a pressões externas. Ele garante que as ações penais contra os envolvidos no golpe serão julgadas ainda neste semestre.
Brasília e São Paulo - O ministro do STF, Alexandre de Moraes, qualificou como “covarde e traiçoeira” uma organização miliciana que busca impor sanções dos EUA ao Brasil e a autoridades nacionais. Isso ocorre em meio ao julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a até 43 anos de prisão.
Moraes afirmou que essa organização criminosa está tentando submeter o STF a um estado estrangeiro. Ele criticou “pseudopatriotas” que tentam coagir o tribunal para arquivar ações penais, numa manobra expressa em carta do ex-presidente Donald Trump a Luiz Inácio Lula da Silva, condicionando o fim das sanções a esse arquivamento.
O ministro classificou essa manobra como um ato “tirânico” e uma traição do Brasil, afirmando que constitui obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional. Moraes destacou que há ameaças constantes de milicianos, incluindo veiculadas contra families de ministros e do procurador-geral.
No último dia 30, foi alvo da Lei Magnitsky, que impõe sanções a agentes públicos. Apesar disso, Moraes garantiu que ignorará essas medidas e continuará suas funções no Plenário e na Primeira Turma do STF. Ele afirma que o devido processo legal é resultado do colegiado e que as denúncias sobre a ação golpista serão julgadas ainda neste semestre.
Moraes concluiu afirmando que aqueles que supõem debilidades institucionais enganam-se, pois estão lidando com ministros da Suprema Corte e não com milicianos.