Moraes diz que Braga Netto poderia colocar ação do golpe em risco e mantém general preso
Defesa do general Walter Braga Netto anuncia que irá recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que manteve sua prisão preventiva. O ministro argumenta que os indícios de autoria e a necessidade da instrução criminal justificam a manutenção da custódia.
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, manteve a prisão preventiva do general Walter Braga Netto no processo do golpe. A defesa do general, representada por José Luis Oliveira Lima, declarou que a decisão “contraria a jurisprudência do STF e fere o princípio da presunção de inocência” e que irá recorrer.
Moraes alegou que os elementos que fundamentaram a prisão continuam válidos, destacando que não houve mudança de contexto que justifique a liberdade do general.
A decisão enfatiza que “a prova da existência do crime e indícios de autoria foram reafirmados” no julgamento unânime da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Braga Netto, que estaria no “núcleo crucial” do plano golpista.
O ministro também mencionou o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, que indicou Braga Netto como responsável por orientar militares a pressioná-lo.
Braga Netto foi preso em dezembro de 2024 por suspeita de obstruir a investigação, buscando informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid e alinhando versões com aliados.
A defesa manifestou indignação, ressaltando que o pedido de liberdade provisória foi protocolado em 27 de março, quase dois meses antes da decisão. Alega que a prisão se baseia em “fatos supostamente ocorridos em 2022” e uma suposta mensagem que ofendeu Batista Júnior.
A defesa afirma que não existe justificativa válida para a manutenção da custódia e que irão recorrer da decisão.
Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nátaly Tenório