Moraes decide não prender Bolsonaro por aparecer em redes sociais: 'Irregularidade isolada'
Moraes mantém cautelares contra Bolsonaro após descumprimento de proibição de uso de redes sociais. O ex-presidente segue sob monitoramento e enfrenta restrições rigorosas, enquanto a defesa argumenta que não houve intenção de violar as ordens judiciais.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter as medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro após violação da proibição do uso de redes sociais.
Apesar do descumprimento, Moraes classificou a infração como uma "irregularidade isolada" e não converteu as restrições em prisão preventiva por enquanto.
A decisão foi tomada no contexto dos embargos de declaração apresentados pela defesa de Bolsonaro na Ação Penal 2.668, onde ele é acusado de crimes como coação no curso do processo e atentado à soberania nacional.
Moraes evidenciou que as redes sociais de Eduardo Bolsonaro, também investigado, foram usadas para divulgar um discurso do pai, burlando a proibição. O ministro salientou que "o investigado não pode se valer das redes sociais de terceiros para retransmitir ou promover conteúdos" relacionados a práticas em apuração.
As restrições, definidas pela Primeira Turma do STF em 18 de julho, incluem:
- Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou indiretamente;
- Impedimento de sair da comarca sem autorização;
- Monitoramento por tornozeleira elétrica;
- Recolhimento domiciliar noturno;
- Proibição de contato com embaixadores e autoridades estrangeiras.
Moraes reconheceu a falta de intenção de descumprir a ordem por parte da defesa, mas alertou que uma nova infração resultará em prisão preventiva, conforme o Código de Processo Penal.
O ministro esclareceu que Bolsonaro pode conceder entrevistas ou discursar publicamente, desde que respeite os horários de recolhimento. A controvérsia surge quando conteúdos são "pré-fabricados" para disseminação por grupos coordenados.
Moraes comparou essa dinâmica a permitir que o investigado lavasse dinheiro usando contas de terceiros.