Moraes dá 48 horas para defesa de Collor apresentar exames sobre Parkinson
Ministro exige mais informações sobre o estado de saúde de Collor antes de decidir sobre a prisão domiciliar. Ex-presidente foi detido após não apresentar recursos que justifiquem a medida.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para a defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello apresentar exames sobre sua saúde, incluindo imagens relacionados à doença de Parkinson.
Ele também pediu esclarecimentos sobre a ausência de exames entre 2019 e 2022.
Na véspera, Moraes solicitou mais informações sobre o estado de saúde de Collor para decidir sobre o pedido de prisão domiciliar, feito em razão de sua idade (75 anos) e comorbidades graves, como apneia do sono e bipolaridade.
O ministro ainda analisará a necessidade de ouvir o neurologista Rogério Tuma, filho do ex-senador Romeu Tuma, que fez parte do laudo médico apresentado pela defesa.
Na quinta-feira (24), Moraes determinou a prisão imediata de Collor, após indícios de que ele tentava procrastinar a decisão. O ex-presidente foi preso na madrugada de sexta-feira (25), em Maceió (AL).
Durante a audiência de custódia, Collor negou sofrer de doenças graves e afirmou querer cumprir a pena em Alagoas. Seu advogado, Marcelo Bessa, acredita que ele não quis admitir a gravidade dos problemas por ser uma figura pública.
Moraes determinou que os dados da saúde de Collor sejam mantidos em sigilo.
Na segunda-feira, o plenário referendou a decisão de enviar Collor para a cadeia com placar de 6 a 4. Moraes foi acompanhado pelos ministros: Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Os votos contra vieram de Gilmar Mendes, André Mendonça, Luiz Fux e Kassio Nunes Marques. O ministro Cristiano Zanin se declarou impedido de votar.