Moradia ‘senior living’ cresce no Brasil e expõe desafios de atender idosos
Aumento da população idosa no Brasil gera demanda por moradias assistidas. Setor de senior living busca transformar a assistência a idosos, oferecendo opções que priorizam qualidade de vida e humanização.
Transformação Demográfica no Brasil
O Brasil está enfrentando uma transformação demográfica com o envelhecimento da população. A proporção de idosos (60 anos ou mais) aumentou de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023, e deve chegar a 37,8% até 2070, segundo o IBGE.
Esse fenômeno ressalta a necessidade de moradias adequadas para idosos, levando ao crescimento do conceito de senior living e das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
As ILPIs oferecem opções de moradia e cuidados, incluindo alimentação, atividades sociais e assistência médica. A humanização no atendimento é um foco prioritário em algumas instituições, afastando o estigma existente no Brasil.
Demanda em Ascensão
A demanda por serviços de senior living está aquecida, com cerca de 7.000 ILPIs no Brasil. A Frente Nacional de Fortalecimento à ILPI, criada em 2020, conta com profissionais de geriatria e gerontologia preocupados com os efeitos da pandemia aos idosos.
O custo mensal para viver em um senior living pode superar R$ 10.000. Fatores como localização, reputação e qualidade dos serviços são cruciais na decisão das famílias.
Expansão do Setor
O Brasil ainda está considerado inicial em comparação a países como os Estados Unidos. O modelo de senior living começou a ganhar espaço com empreendimentos como a Terça da Serra, fundada em 2014, e a 3i Residencial Sênior, que expandem através de franquias.
A Terça da Serra já possui mais de 2.500 leitos e está presente em 24 estados, enquanto a 3i está em fase de implantação de novas unidades, com capacidade superior a 25 idosos por casa.
Desafios e Potencial Futuro
A consultoria Goakira aponta que o setor enfrenta desafios como qualificação da mão de obra e a necessidade de melhorar a infraestrutura para atender à demanda. Estima-se que o Brasil precisará de mais de 250 mil unidades de moradia para idosos.
Especialistas destacam a importância de projetos que promovam a independência e a interação social dos idosos, citando a Holanda como modelo de referência, onde há uma forte integração entre idosos e a comunidade.
A crescente demanda exige também políticas públicas melhores para atender esta faixa etária, considerando que apenas um percentual pequeno da população idosa pode arcar financeiramente com uma mudança para moradias assistidas.