Moody’s piora perspectiva do Brasil e cita deterioração acentuada na capacidade de pagar dívida
Mudança na perspectiva do rating do Brasil sinaliza desafios fiscais persistentes e a necessidade urgente de reformas. A Moody’s mantém a classificação Ba1, mas ressalta riscos de rebaixamento se esforços de consolidação forem insuficientes.
Moody’s altera perspectiva de rating do Brasil: a agência reclassificou a nota de positiva para estável devido à deterioração da capacidade de pagamento da dívida.
O rating de emissor de longo prazo em moeda local e estrangeira e os títulos seniores sem garantia permanecem em Ba1.
A mudança frustra expectativas do governo após a alta da nota em outubro, que deixou o Brasil próximo do grau de investimento, o selo de “bom pagador”. Economistas, como Samuel Pessôa, preveem um possível rebaixamento nos próximos anos.
Moody’s destaca a urgência de ajustes fiscais no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, devido a gastos crescentes. A agência afirma que a mudança de perspectiva reflete um progresso mais lento no enfrentamento das rigidezes de gastos públicos e na construção de credibilidade fiscal.
Apesar da solidez da economia brasileira, a agência observa que a elevada dívida e os altos juros limitam a capacidade de resposta do governo a choques econômicos. A Moody’s acredita que a recuperação do rating depende de reformas profundas que criem espaço fiscal.
- Medidas para reduzir vinculações de receitas e reforma de benefícios sociais são sugeridas.
- A agência alerta que o rating pode ser pressionado para baixo se a consolidação fiscal for revertida ou se houver crescimento mais fraco.
Em resposta, o Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a melhoria dos resultados fiscais e reformas estruturais, ressaltando a eficácia do trabalho conjunto com o Congresso, incluindo a reforma tributária.