Moody’s faz ‘rebaixamento parcial’ do Brasil e sepulta sonho de Lula de retomar grau de investimento
Moody's altera perspectiva do Brasil e encerra expectativa de grau de investimento no governo Lula. A agência destaca a necessidade de reformas profundas para melhorar a qualidade das contas públicas.
Moody’s mantém nota de crédito do Brasil e altera perspectiva de positivo para estável, representando um "rebaixamento parcial".
Essa mudança indica uma avaliação negativa sobre as contas do governo, o que prejudica os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recuperar o grau de investimento durante seu mandato.
Entre as razões para a mudança, a agência menciona:
- Reconhecimento de esforços, como o teto para o crescimento do salário mínimo em 2,5% acima da inflação.
- Necessidade de reformas mais profundas para controlar gastos e expectativas de inflação.
A Moody’s sugere que é preciso:
- Reduzir a vinculação de receitas;
- Desvincular benefícios sociais do salário mínimo.
A alta da Selic deteriorou as projeções de endividamento do governo, agora estimado em 88%, em vez de 82%.
A agência isenta o Banco Central de culpa, atribuindo a inflação ao forte crescimento econômico e à piora fiscal que impacta o dólar.
Em sua última viagem a Nova York, Lula e sua equipe se reuniram com a Moody’s, que havia elogiado planos de controle de gastos. No entanto, propostas de isenção do Imposto de Renda e alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC) minaram a credibilidade do pacote fiscal.
Com falta de avanço fiscal e eleições se aproximando, a Moody’s decidiu corrigir sua perspectiva, encerrando o sonho do grau de investimento para Lula.