Moody´s eleva nota de crédito da Argentina e projeta crescimento de 4% em 2025
Moody's eleva nota da Argentina, mas mantém grau especulativo e perspectiva estável. Melhorias nas políticas cambiais e apoio do FMI são vistas como passos para a sustentabilidade econômica, mas desafios seguem impostos.
Moody’s eleva nota da Argentina: A agência de classificação de riscos Moody’s aumentou, nesta quinta-feira (17), a nota dos títulos da dívida de longo prazo da Argentina de Caa3 para Caa1.
Apesar da melhora, o país ainda está no grau especulativo e a perspectiva foi alterada de “positiva” para “estável”.
A elevação é atribuída ao afrouxamento dos controles cambiais pelo governo de Javier Milei e a um novo programa de apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 20 bilhões. Isso visa melhorar a liquidez em moeda forte e aliviar as finanças externas.
A Moody’s considera que a liberalização contínua dos controles de capital é um passo inicial para a sustentabilidade dos pagamentos externos no médio prazo. As reformas econômicas implementadas por Milei estão contribuindo para o processo de desinflação, ajudando nas metas do FMI.
Para 2025, a Moody’s projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4%, com previsão de desaceleração para 3,5% no próximo ano. É crucial continuar a remoção das restrições cambiais para evitar instabilidades durante o ajuste macroeconômico.
A mudança na perspectiva de “positiva” para “estável” também reflete desafios de crédito em relação ao reequilíbrio estrutural das contas externas da Argentina. Fatores como a força do peso e demandas internas contribuirão para um superávit comercial menor em 2024.
A Moody’s destaca a fortalecimento do turismo externo, que resultou em um déficit na balança de serviços. Um otimismo econômico excessivo pode aumentar a demanda por importações, exigindo financiamento adicional para estabilizar as reservas em 2026-2027.
O recente leilão de títulos do Tesouro, realizado na quarta-feira (16), demonstrou as dificuldades de Milei em manter a política de austeridade fiscal, especialmente durante a campanha eleitoral. O ministro da Economia, Luis Caputo, ressaltou a prioridade de evitar o excesso de pesos para consolidar a desinflação.