Montenegro é nomeado para chefiar governo sobre corda bamba em Portugal
Luís Montenegro assume como primeiro-ministro de Portugal em um cenário político dividido, sem maioria na Assembleia. A governabilidade dependerá de negociações com partidos opositores e da capacidade de lidar com a desconfiança popular após recentes escândalos.
Luís Montenegro foi confirmado como primeiro-ministro de Portugal pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa após vencer as eleições no dia 18.
A Aliança Democrática (AD), que elegeu Montenegro, não obteve maioria absoluta na Assembleia da República. Em Portugal, é possível nomear um governo sem maioria no Legislativo.
Montenegro, do Partido Social Democrata (PSD), afirmou que “vamos dar sequência à vontade do povo” e que não celebrará acordos permanentes. A negociação será feita caso a caso com as principais siglas de oposição: Partido Socialista (PS) e Chega.
A AD elegeu 91 deputados dos 230 totais, distante da necessária maioria de 116. O Chega e o PS têm 60 e 58 deputados, respectivamente. Montenegro descartou alianças formais, especialmente com o Partido Socialista, devido a ataques durante a campanha.
Ele enfrentou um escândalo político que resultou na queda de seu governo, relacionado a conflitos de interesse. O líder do PS, Pedro Nuno Santos, renunciou após a derrota nas urnas.
A legenda Chega viu um aumento para 60 deputados após o voto dos portugueses no exterior, destacando-se como maior partido de oposição. O aumento de apoio veio de locais como o Brasil, onde obteve 25,4% dos votos.
André Ventura, líder do Chega, declarou que o partido "não será a muleta de ninguém" e liderará a oposição de forma responsável.
Pesquisas mostram que os portugueses desejam estabilidade após diversas eleições nos últimos anos. Montenegro, agora reconduzido ao cargo, precisa negociar para governar, com desafios constantes à sua liderança.