Montadoras enviam carta a Lula e ameaçam demissões em massa
Montadoras expressam preocupação com possível redução de impostos para importação de veículos elétricos e híbridos, alertando sobre riscos de demissões e desindustrialização. Presidente Lula recebe carta solicitando a manutenção do fortalecimento da indústria automotiva nacional.
Reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior pode decidir, nesta semana, sobre a redução de impostos para a importação de kits semiprontos para veículos elétricos e híbridos.
Essa medida preocupa montadoras brasileiras que temem demissões em massa. Executivos da Volkswagen, Toyota, Stellantis e General Motors enviaram carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alertando para os riscos ao “ciclo virtuoso de fortalecimento da indústria nacional”.
O governo considera a proposta a pedido da BYD, fabricante chinesa que solicita a redução das tarifas de importação de veículos eletrificados desmontados, atualmente de 18% (elétricos) e 20% (híbridos), para 5% e 10%, respectivamente.
O documento ressalta que os investimentos da indústria automotiva devem resultar em novas plantas, mais empregos e uma nova geração de veículos sustentáveis.
O setor automotivo representa 2,5% do PIB brasileiro e gera 1,3 milhão de empregos, com um faturamento anual de US$ 74,7 bilhões.
As montadoras alertam que a importação pode comprometer o desenvolvimento tecnológico e aumentar o desemprego, além de afetar a competição na indústria nacional.
As empresas esperam que o governo preserve a isonomia concorrencial e não conceda privilégios à importação de veículos montados no exterior com subsídios.