Montadoras da Europa contabilizam perda de bilhões de euros com tarifas dos EUA
Montadoras europeias expressam alívio moderado com acordo comercial, mas alertam para impactos financeiros contínuos. A redução das tarifas ainda representa um desafio significativo para as indústrias automotivas na região.
Fabricantes de automóveis europeus receberam com alívio e cautela o acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia no dia 27. Embora satisfeitos com a redução de tarifas de 25% para 15% sobre carros e peças, alertam que qualquer taxa é prejudicial aos negócios.
As ações de montadoras como Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW caíram mais de 3% na segunda-feira (28), enquanto Porsche e Stellantis despencaram cerca de 4%.
Recentemente, as montadoras tiveram bilhões de dólares em perdas devido à alta tarifa imposta pelo presidente Trump e uma alíquota de 50% sobre importações de aço e alumínio. Hildegard Müller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva, alertou que uma tarifa de 15% custaria bilhões anualmente às empresas.
Sigrid de Vries, da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, afirmou que as tarifas continuarão a impactar negativamente tanto a UE quanto os EUA. Muitas empresas reduziram previsões financeiras devido à guerra comercial.
A Audi também deu aviso sobre a redução de receitas e lucros, citando as tarifas americanas. Apesar disso, o acordo foi bem-vindo pela clareza sobre as tarifas, e as montadoras pressionaram por um acordo local com os EUA.
A União Europeia concordou em eliminar tarifas sobre carros importados e alguns produtos de maquinário. A BMW e a Mercedes viram o acordo como positivo, enquanto a Audi tem menos a ganhar com a redução de tarifas.
Mercedes declarou que a redução traz um alívio necessário para a indústria, e a Volkswagen avaliou que as tarifas reduziram US$ 1,5 bilhão em lucro no primeiro semestre. A Stellantis e a Volvo reportaram grandes perdas devido às tarifas e políticas comerciais de Trump.